Thaís Natale
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NAYPYDAW, A ESTRANHÍSSIMA CAPITAL DO MYANMAR


 
*** Essa é mais uma cidade pela qual passamos na nossa viagem pelo Myanmar. As demais cidades, sobre as quais já escrevi, são: Yangon, Bago, Inle Lake, Bagan e Mandalay. Escrevi, também, um post com informações gerais sobre o Myanmar, leia aqui.***



​Pensa numa cidade estranha, multiplique por mil e você chegará em Naypydaw. A maioria dos turistas não incluem a capital no roteiro pelo Myanmar porque realmente não existem grandes atrações por lá. 
Eu também nunca tinha ouvido falar na cidade até começar a planejar essa viagem e, quando "descobri", fiquei super curiosa para ver de perto, principalmente por causa da história sem pé nem cabeça sobre a sua construção, que vou contar nesse post. 

Costumo curtir muito o "pré-viagem": amo pesquisar, ler guias, blogs, conversar com quem já foi, tudo para montar um roteiro bem detalhado. Com Naypydaw isso não foi possível porque não conheço ninguém que esteve lá, e só encontrei textos jornalísticos sobre a situação política do país, além de meia dúzia de breves relatos de estrangeiros por aí. Assim, do ponto de vista turístico, o pouco que eu sabia era que não tinha muito para ver ou fazer na cidade, mas que era interessante conhecer não pelo o que a cidade é agora, mas sim pelo que será amanhã. Dizem que é o tipo de lugar que você deve voltar anos depois para ver a diferença.

Todo esse mistério me fez incluir Naypydaw no roteiro, e hoje posso dizer que discordo. Na verdade, tem muita coisa para ver/fazer (sem entrar no mérito se vale a pena), e gostei de ter conhecido não só para poder comparar presente com futuro um dia, mas sim para ver com os meus próprios olhos o lugar mais bizarro da minha vida até agora (só Coreia do Norte deve superar). Não me arrependo de ter ido porque sou curiosa, e porque tinha tempo de ver todas as cidades que escolhi sem ter que abrir mão de nenhuma para encaixar Naypydaw.

Agora chega de suspense e vou começar a contar as razões pelas quais dizem que esse lugar é tão esquisito.
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A Avenida Yaza Htarni Road que contém 20 pistas e nenhum movimento

Naypydaw significa “cidade real” ou “sede de reis”. É uma cidade enorme, misteriosa, opulenta, que te faz sentir naqueles filmes apocalípticos onde o mundo acabou e só sobrou você no planeta. Há quem diga que é uma das cidades mais esquisitas do mundo, e, se não é a mais, com certeza está entre as mais.

Capital do Myanmar desde 2005, mede cerca de seis vezes a cidade de Nova York. O governo diz que é habitada por um milhão de pessoas, mas o povo duvida (e depois de tudo que vimos nós também duvidamos, heheheh). Foi totalmente planejada e construída pelo governo militar do zero, no mais absoluto silêncio. Ninguém sabia da construção bilionária, a não ser aqueles que foram obrigados a colocar a mão na massa para levantar a cidade, sob pena de prisão caso houvesse recusa.

O governo militar (que dominou o país por muito tempo e que contei a história aqui), expulsou os habitantes do entorno para manter o segredo, aumentando o número de refugiados internos. Eles construíram a cidade onde predominavam campos de arroz e cana de açúcar, bem perto da fronteira com a China e a uma longa distância da então capital Yangon, como forma de "proteger" os militares de um povo "hostil" e de um "mundo hostil" (que povo hostil??? Nunca vi povo mais amável na vida!!!).

Para se ter ideia da paranoia, existe uma avenida de vinte faixas - que vive vazia - projetada para pousar um avião caso haja uma rebelião popular e os militares precisem escapar às pressas ou, ainda, para o caso de haver uma invasão americana pelo mar! 

Além do isolamento perante à comunidade internacional, os militares também se isolaram do próprio povo, fazendo parecer, como ouvi dizer, um bunker dentro de um bunker. Outra característica que chama a atenção em Naypydaw é que não existe um "centro da cidade", tudo é muito afastado e isolado. Segundo o nosso guia, isso é proposital porque os militares não querem criar um centro para correr o risco das pessoas se reunirem, se aglomerarem e pensarem em se rebelar... tudo ali é milimetricamente pensado, bem maquiavélico!

Assim, a cidade é toda dividida em "zonas", então tem a zona residencial dos militares, a zona residencial da população, a zona residencial dos funcionários do governo, a zona dos Shoppings, a zona das pagodas, a zona dos hotéis, a zona dos museus, etc. E é claro que a zona em que vivem os trabalhadores é muito mais simples do que o resto da cidade. Já as casas dos funcionários do governo, dependendo do cargo, são bem melhores. 
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Casa de trabalhadores comuns, as ruas nessa zona nem são asfaltadas
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Zona dos funcionários públicos. Olha a diferença!

​Na zona residencial dos militares com cargos mais altos, as casas são bem luxuosas e a cor do teto varia de acordo com a função de cada um, diferenciando as pessoas pelo "status". Reza a lenda que nessa zona existem quilômetros e quilômetros de túneis subterrâneos. Não duvido, já que esses militares são bem persecutórios.

Para os hotéis, os militares dedicaram três zonas, já que tem um hotel mais imenso e monumental que outro a cada esquina. Parece que há previsão de subir mais quatro mil! E deve ser verdade porque perdemos as contas de quantos deles vimos em construção.

Além de toda a paranoia dos militares que pode ser sentida no ar, dá para sentir também a mania de grandeza, a megalomania, a ostentação, a ganância... esses próprios hotéis são um bom exemplo disso. Eles são todos mega luxuosos, alguns iluminados com neon no melhor estilo "Las Vegas" (gosto duvidoso, rs...), contudo, estão quase sempre VAZIOS! Chegamos ao cúmulo de ver um que estava com todas as luzes apagadas porque não tinha nenhum hóspede!
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Parece Las Vegas
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Mais um big hotel

​É claro que a conta não fecha, aqueles hotéis não se pagam! Imagina o custo de toda manutenção e logística, tendo meia dúzia de hóspedes por mês! Mais abaixo conto a nossa experiência no hotel que escolhemos (o mesmo do Obama quando foi pra lá).


É uma contradição gigantesca numa das piores economias do mundo, onde a esmagadora maioria vive sem infraestrutura e sem ter suas necessidades básicas atendidas. Na ex capital Yangon não tem sequer iluminação pública suficiente, rede de transporte, rede de esgoto, sistema de saúde... a miséria é gritante para onde quer que se vá!

Enquanto isso, em Naypydaw as avenidas largas, as calçadas perfeitamente pavimentadas, a jardinagem impecável, as rotatórias gigantes enfeitadas por grandes monumentos, os numerosos campos de golfe e a eficiente iluminação pública faz parecer que fomos teletransportados para outro país. Sem contar os "pontos turísticos" que vou contar aqui... realmente parece que não estamos mais no Myanmar.

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Uma das milhares rotatórias com esculturas gigantes, jardins super bem cuidados, com uma iluminação linda à noite

​E o pior: toda essa estrutura bilionária não vê uma alma viva nas ruas... parece mesmo que tudo aquilo foi criado apenas para os militares viverem isolados no luxo. Segundo o nosso guia, a população detesta Naypydaw e não quer mudar para lá de jeito nenhum, mesmo tendo uma super infra porque eles tem raiva dos bilhões gastos na construção, num país tão miserável e tão carente do mínimo básico.

As avenidas (larguíssimas) são tão vazias que os cachorros de rua deitam literalmente no meio delas e os carros têm que buzinar para eles saírem da frente (não sei por qual razão, afinal é só mudar para a faixa do lado que está sempre vazia, rs, mas eles buzinam e fazem os coitados dos dogs saírem). Tadinhos, sinal de que não estão nem um pouco acostumados com carros e trânsito.

Assim como quase não se vê carros por lá, não se vê movimento nenhum. Quase não tem comércio nas ruas, transporte público, ou mesmo pessoas andando a pé, não parece que estamos na Ásia. Aliás, é uma cidade que tem que estar de carro porque raramente vimos ônibus passando.

Li um artigo de um especialista em Myanmar chamado David Mathieson, que descreveu a cidade assim: "Essa é uma terra de fantasia, de vaidade militar masculina, a materialização de suas próprias ilusões de grandeza".

​Depois de ver com os meus próprios olhos, achei essa definição perfeita. Bem vindos a essa cidade TÃO ESQUISITA e que vale a visita unicamente pela bizarrice! 
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O QUE VER/VISITAR/FAZER


Conforme já comentei, os poucos relatos estrangeiros que li antes de ir para Naypydaw diziam que não tinha nada para fazer na cidade. Chegando lá vi que tem sim, mas as atrações não são nada “atraentes", rs. Tirando as pagodas, os demais pontos turísticos eram bem esquisitas! Desculpa a repetição, mas não tem adjetivo que descreva melhor tudo que envolve Naypydaw!

1. Thatta Thattaha Maha Bawdi Pagoda  

Essa pagoda é uma réplica da pagoda Maha Bodhi situada na Índia. Por dentro está retratada a história do Buda através de quadros e pinturas. 

É mais um lugar que não deve ir muito turista porque eu e o Daniel fomos literalmente seguidos por vários adolescentes que fizeram fila para tirar foto com a gente. Mais uma vez tivemos nossos quinze minutos de fama (muito comum no Myanmar, leia aqui).
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À réplica de Naypydaw
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Pagoda Maha Bodhi, a original, situada na Índia
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Foto com os locais

​2. Pagoda sem nome

Essa pagoda é novíssima, nem nosso guia tinha visitado ainda. Ele não sabe o nome e não tinha nada escrito no local, se eu descobrir o nome um dia, coloco aqui.
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​3. National Landmark Garden

Não sei por onde começar a explicar o que é esse lugar... é o tipo de coisa que só vai entender direito quem já foi... mas vamos lá, vou tentar. Nem preciso dizer que é super estranho, né, rsrsrs?!
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É uma espécie de parque cuja entrada custa 10 dólares por pessoa (birmaneses não pagam). Foi construído no formato do mapa do Myanmar e dentro tem réplicas de todos os principais monumentos do país, de lagos e de rios que dividem seus Estados (tipo uma Mini Europe de Bruxelas, mas em Naypydaw é tudo bem BIG!). Tem até a réplica do Andaman Sea e do Golfo de Bengala! Ou seja, eles criaram lagos artificiais imensos para simular esses mares. 
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Entrada do National Landmark Garden

​É tão grande, mas tão grande que se anda de carrinho de golf com motorista/guia, ou de bicicleta com mapa. Além de nós, vimos literalmente meia dúzia de birmaneses passeando, e só. Mais uma vez ficamos sem entender como esses lugares de Naypydaw sobrevivem.

As réplicas que mencionei não são miniaturas como, por exemplo, no Mini Mundo de Gramado ou na Mini Europe de Bruxelas. São realmente réplicas em tamanho natural, que dá para entrar e andar por dentro dos monumentos.
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​Além disso, o lugar é também um parque de diversões, onde acaba a energia toda hora. Vimos roda gigante, carrinho bate-bate, um tipo de "montanha encantada" (quase pirei quando vi isso, rs, muito a minha infância!), dentre outros brinquedos. Às vezes tem que pagar à parte para andar e às vezes não. Não entendi a lógica... mas também, nem o próprio lugar tem lógica, então está tudo certo!

​Assim, concluí que é uma mistura de Mini Europe de Bruxelas com uma Disney bem “xexelenta”, onde toda hora acaba a luz e não se pode mais andar nos brinquedos. E vazia, claro.

Como chegamos até lá, vimos todos os monumentos e andamos nos brinquedos que quisemos (e que estavam funcionando hehehe). Não resisti à montanha encantada que eu amava na minha infância e ao carrinho bate-bate, que andamos com os adolescentes que perseguiram a gente na pagoda Thatta Thattaha Maha Bawdi (sim, eram eles os poucos birmaneses que estavam no parque).
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Esse com certeza é um dos lugares mais inusitados em que já estivemos, para não repetir estranho, esquisito, bizarro, etc., etc., etc..
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E, do nada, o Shrek bem lá no meio (????)!

4. Zoological Garden

E lá fui eu para mais um programa com animais (não curto)... o guia tinha dito que era um safári e que todos os bichos ficavam soltos e por isso aceitei ir. Mas chegando lá vi que não era bem assim... não tinha nada a ver com safári... os animais ficam soltos num espaço não tãaaao grande, ou seja, é um zoológico mesmo (pelo nome eu devia ter desconfiado, né?!! Mas como o Myanmar é tão cheio de surpresas, acreditei...). Vimos leoa, rinocerontes, zebras, girafas, cangurus, tigre...

O governo trouxe animais da África e da Austrália para uma área que fica ao lado do Parque National Landmark Garden. O programa custa 20 dólares por pessoa (para birmaneses é de graça) e você vai dizendo para o motorista quando ele pode continuar andando. Para nós não durou nem meia hora porque eu queria ir embora dali o quanto antes.
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Se eu soubesse como era esse “safári” exatamente, pularia esse programa com certeza.
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Jipe que faz o "safári"

4. Parlamento e a Avenida Yaza Htarni Road

O Parlamento fica na famosa avenida que chega a ter 20 pistas, a Yaza Htarni Road, e não pode chegar muito perto (fotografei bem de longe, dando zoom, as fotos ficaram péssimas). Essa avenida é impressionantemente vazia, tem gente apenas quando há desfiles militares. Como já mencionado no começo, os militares construíram a avenida larga desse jeito para que aviões possam pousar em caso de emergência. Essa emergência seria uma rebelião popular ou um ataque americano pelo mar. 

Esse era o lugar de Naypydaw que eu mais queria ver com os meus próprios olhos. É tão bizarro que nosso guia estacionou o carro no meio da avenida e ficamos lá um tempão tirando fotos e observando, nesse caso, a falta de movimento, hehehheh.
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Arquibancada na avenida de 20 faixas. Usada em desfiles militares
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Aquele carro na esquerda deve ter sido o único que passou enquanto estivemos na avenida
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Nosso guia esperando a sessão de fotos no meio da avenida

5. Uppatasanti Pagoda

Perto do fim da tarde fomos para essa pagoda que é uma réplica da Shwedagon, situada em Yangon. Já adianto que o pôr do sol nesta nem se compara com o de lá. Apesar de ser lindo também (como em todo o Myanmar), o sol não reflete na estupa como reflete na de Yangon deixando aquele brilho absurdamente dourado. Então vale pelo pôr do sol em si, e não pelo pôr do sol + estupa dourada.

Construída em 2009, seu nome significa "proteção contra calamidade", frase que se refere a uma passagem budista citada em tempos de crise, principalmente em caso de invasão estrangeira. Coincidência? Obviamente não... mais uma demonstração da paranoia do governo militar.

Para chegar até a estupa tem uma escadaria enorme e, antes de subir, é impossível deixar de notar os elefantes brancos que ficam presos ali em frente... uma judiação... o pessoal paga para ver os cuidadores dando comida a eles... na minha opinião é um show totalmente desnecessário, como tudo que envolve exploração de animais. Nunca tinha visto elefante branco, aliás, nem sei se sabia que existia!
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O legal é que é possível entrar no interior dessa pagoda, que é mais moderno e novo do que a maioria que vimos nessa viagem, e lá dentro está retratada nas paredes a mitologia, a história e a vida de Buda (como na maioria delas).

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Pôr do sol na Uppatasanti Pagoda

6. Fountain Garden

Esse foi mais um lugar, digamos assim, “singular” que visitamos. Trata-se de um espaço público com dança das águas que deve ser visitado à noite por causa das luzes coloridas que dão um efeito bem cafona, rs... 

Mas é um lugar legal para os birmaneses levarem as crianças, já que tem vários parquinhos com brinquedos e umas pontes brilhantes que atravessam riachos.

Nosso guia nos contou que é a única coisa gratuita que tem para se fazer em Naypydaw e que foi mais uma tentativa do governo para atrair gente. Tinha uma música pop antiga super alta tocando o tempo todo e fotógrafos tirando fotos para vender.

Para nós ocidentais não é nada demais, mas talvez para eles seja, já que a vida naquela cidade fantasma não deve ser nada divertida...
 
7. Capytal Hipermarket e Junction Center Mall

Eu adoro entrar em Shoppings e supermercados fora do Brasil para ver como é, o que vendem, etc. E no Myanmar não poderia ser diferente, aliás, lá eu estava mais curiosa ainda porque nem imaginava como era. E ainda bem que fomos, porque o que vimos foi, no mínimo, curioso.

O Capytal parecia um Shopping normal por fora, mas por dentro, parecia mais um "hipermercado" como o nome sugeria. Tinha apenas algumas lojas de roupas típicas, uma padaria, um cabelereiro, alguns quiosques de joias, uma loja de brinquedos e uma loja de departamento onde vi apenas uma marca familiar (Pierre Cardin).

A maior parte do Shopping era ocupada por um supermercado onde vi algumas marcas conhecidas como Ovomaltine, Kit Kat, Shampoo Seda e Nívea. Até aí tudo bem, mas o mais estranho foi perceber que em cada corredor do supermercado tinham, no mínimo, dois funcionários para te atender e tirar dúvidas sobre os produtos que nada mais eram que produtos normais que fazem parte da alimentação de todo mundo (pelo menos do nosso mundo ocidental), ou seja, nada de diferente do que tem por aí nos supermercados do mundo! No corredor de produtos de higiene e cosméticos então, tinham umas seis funcionárias! E como sempre, quase nenhum cliente!

Comprei alguns snacks para comer durante as nossas viagens e passeios e, ao pagar, eles colocam as suas compras num saco bem resistente com divisórias, separando as comidas das bebidas e dos produtos de higiene. Super organizado, adorei!

O outro Shopping era o mesmo esquema: por fora parecia grande mas por dentro não era. Poucas lojas e a maioria das marcas desconhecidas. Achei um quiosque de maquiagem da marca Pupa de Milão e outros de marcas coreanas e japonesas, que adoro!
Achamos uma faixa do Brasil no meio dessa loja. Mas lá a maioria não conhece o Brasil...
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Funcionárias de um dos corredores do supermercado para explicar sobre os produtos (??)

ONDE COMER


Naypydaw era nossa terceira parada no Myanmar e até então não tínhamos gostado muito da comida do país, logo, nossa expectativa era bem baixa. Só que Naypydaw não é Myanmar, rs... os restaurantes de lá nos surpreenderam muito, pelo menos os que ficavam dentro de hotéis. 

Descobrimos que esses restaurantes geralmente trazem chefs de cozinha internacionais, e por isso o cenário gastronômico é maravilhoso, nada a ver com o do resto do país. Fiquei pensando quanto esses chefs devem ganhar para aceitar morar num lugar desses e cozinhar para as moscas!


Para nós foi uma bela surpresa porque já estávamos no sudeste asiático há trinta dias e foi ideal para dar um tempo na comida asiática que sim, é deliciosa, mas uma hora enjoa e você não vê a hora de comer uma macarronada ou uma pizza!!

1. Yangon Kitchen, no Hotel kempinski

Esse restaurante fica dentro do Hotel kempinski (onde estávamos hospedados) e, quando olhei para ele, desisti de sair para comer em outro. O Yangon Kitchen é maravilhoso, a culinária é contemporânea com uma decoração lindíssima, as louças de muito bom gosto em estilo birmanês e a comida espetacular, com uma apresentação impecável. E além disso, o preço era justo, não era caro, se considerado o ambiente e a qualidade do restaurante.

Outra coisa que me chamou a atenção é que lá tinham ingredientes que quase não via no Sudeste Asiático, como queijo e chocolate... já estava sentindo muita falta!
​

Jantei uma massa deliciosa, já que o chef era italiano. Só que, para variar, não tinha ninguém no restaurante, jantamos só nós dois num salão enooooorme. Super romântico e com certeza foi a melhor refeição de toda viagem pelo Myanmar (mas não foi nada birmanesa).

​2. Restaurante Shwe Si Taw
​

Como já falei, em Naypydaw não existem restaurantes a cada esquina, tudo é muito isolado e os melhores estão dentro dos hotéis. Era hora de almoço no único dia inteiro que tivemos por lá, e, como estávamos com o guia, deixamos ele escolher.

O escolhido foi esse birmanês que na minha opinião tinha um ambiente familiar e a comida era ok. Como de costume, comemos um pouco de tudo com muito curry e com muito arroz. Quando acabava a comida de algum potinho você podia pedir mais. 

3. Restaurante Emerald, no Hotel Parkroyal

O restaurante era lindo e a comida excelente, mas não era melhor do que a do restaurante do nosso hotel (Yangon Kitchen, imbatível). O chef era espanhol. Jantamos sozinhos de novo, não tinha mais ninguém! E, para essa quantidade enorme de clientes, rs, tinham oito funcionários atendendo!!!Tentamos conversar bastante com eles até onde o inglês deles permitia. Infelizmente é raro alguém que fale inglês bem no Myanmar... na hora de ir embora os funcionários formaram uma fila na porta para se despedir da gente. Todos super fofos!
​
Tínhamos fechado um carro com a recepção do nosso hotel para nos levar e buscar, sendo que o combinado era ligar quando terminássemos o jantar. Mas quando terminamos, soubemos que o carro já estava lá porque não queriam correr o risco de nos deixar esperando! Coisas que só o Myanmar faz por você!!!


QUANTO TEMPO FICAR / NOSSO ROTEIRO DIA A DIA


Achei que duas noites foram suficientes para sentir o clima dessa cidade que não tem nada de imperdível. O imperdível mesmo é perceber a esquisitice do lugar e aproveitar os luxos e “ocidentalidades” que ela te oferece que, diga-se de passagem, foram muito bem vindos para nós depois de trinta dias viajando pela Ásia (senti muita falta da nossa comidinhal!!). Nós dividimos os pontos visitados da seguinte forma:
​

Primeiro dia: chegamos em Naypydaw umas 19:00 hs, fomos no Capytal Hipermarket, jantamos no Yangon Kitchen e tomamos um drink no bar Diplomatic (ambos do hotel Kempinski).
Segundo dia: visitamos as pagodas Thatta Thattaha Maha Bawdi Pagoda e a que não sabemos o nome, o National Landmark Garden, o Zoological Garden, almoçamos no restaurante Shwe Si Taw, depois fomos ver o Parlamento e a Avenida Yaza Htarni Road, vimos o pôr do sol na Uppatasanti Pagoda, já à noite fomos para a Fountain Garden, para o Junction Center Mall e jantamos no Restaurante Emerald, no Hotel Parkroyal.
Terceiro dia: acordamos e seguimos viagem para o Inle Lake.
​


QUANDO IR


Os melhores meses para turismo no Myanmar vão de setembro a fevereiro, quando as temperaturas estão mais baixas e não chove muito. Em março e abril as temperaturas já sobem bastante, e a partir de maio a agosto chove muito, o que pode atrapalhar os planos dos turistas, já que alguns lugares ficam inacessíveis (muitos alagamentos). Acredito que em Naypydaw não exista esse problema dos alagamentos, mas também, numa viagem para o Myanmar ninguém iria só para Naypydaw.

Nós fomos em janeiro e pegamos só dias de sol, com temperaturas em torno de 30 graus de dia e friozinho à noite. Dava para colocar um casaco, portanto, se for para a região de Naypydaw, Bagan e Inle Lake, leve roupa de frio.

como chegar/COMO SE LOCOMOVER em naypydaw


Nós chegamos em Naypydaw de carro, foram quase quatro horas de Yangon. A viagem não é das mais tranquilas porque as estradas não são muito boas (leia sobre transporte no Myanmar aqui). Na chegada fomos parados pela polícia para checagem de quem éramos, de onde vínhamos, etc... um verdadeiro interrogatório.

Por terra: Se você já estiver no país, dá para chegar de carro (com motorista), ônibus ou táxi. Leia aqui as informações práticas sobre como se locomover no Myanmar.

De Avião: Naypydaw recebe voos nacionais e internacionais. Listei aqui várias companhias aéreas que voam para o Myanmar e dentro dele.

Como já comentei antes, Naypydaw não tem um “centro”. É uma cidade totalmente planejada justamente para evitar que as pessoas se congreguem.

As distâncias são enormes, os hotéis monumentais, e quase não existe gente e carros andando nas ruas. Também quase não vi transporte público. Lá tem que ter carro/táxi/transfer tanto para vir do aeroporto até o seu hotel, quanto para andar pela cidade e visitar as "atrações", se não quiser passar por perrengue.
​

ONDE SE HOSPEDAR


Naypydaw conta com uma rede hoteleira de fazer inveja a qualquer cidade grande e conhecida. Com a diferença de que quase não recebe hóspedes. Com certeza deve ter mais leitos do que habitantes!!!

A variedade é grande, todos são imponentes e parecem luxuosos (pelo menos vendo de fora). As distâncias entre eles são enormes e como não existe centro, você pode deixar o critério localização de lado e escolher aquele que gostar mais.

1. Kempinski Hotel

Pela Internet esse hotel parecia ser bom, como todos da rede, mas, chegando lá, era muito melhor do que estávamos esperando. O Hotel Kempinski é simplesmente gigantesco e mega luxuoso. O hall é super imponente, os funcionários super atenciosos e bem treinados, e o quarto que escolhemos, apesar de não ser tão grande, era confortável e bem decorado.

O café da manhã era incluso e um capítulo à parte: um buffet lindo e mega variado com itens importados e estações de sucos de frutas naturais preparados na hora e na sua frente. O serviço era impecável, muitos funcionários servindo e pouquíssimos hóspedes. Os que encontramos nos olhavam com a mesma cara de indagação que olhávamos para eles, pensando: o que será que vieram fazer aqui?

O hotel conta com duas piscinas lindas, spa, quadra de tênis, o delicioso restaurante Yangon Kitchen, o Bar Diplomatic e aposentos para convenções. Para se ter uma ideia da estrutura do hotel, o Obama se hospedou lá quando foi para o Myanmar. E a diária é muito barata! Tudo muito estranho... 👀

2. Hilton Naypydaw
Esse Hilton é bem parecido com o Kempinski e também parece ótimo. Tem um restaurante lindo chamado Elements, de cozinha asiática e internacional. Deve ser muito bom.

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Piscina do kempinski

Naypydaw é uma cidade contrastante, que não parece fazer parte de um país tão carente, mas que vale a visita para ver com os nossos próprios olhos onde pode chegar a maluquice do ser humano! 

Não é um destino turístico com atrações imperdíveis, mas quem é curioso como eu e gosta de lugares bem diferentes, com certeza vai achar super interessante.

​Seguem outros destinos no Myanmar que são turísticos:
​
  • Introdução ao Myanmar
  • Yangon
  • Bago
  • Inle Lake
  • Bagan
  • Mandalay

Até o Inle Lake, o próximo destino que visitamos no Myanmar!
Thaís 😘

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