Thaís Natale
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 BAGAN E OS TEMPLOS MILENARES​


 *** Essa é mais uma cidade pela qual passamos na nossa viagem pelo Myanmar. As demais cidades, sobre as quais já escrevi, são: Yangon, Bago, Naypydaw, Inle Lake e Mandalay. Escrevi, também, um post com informações gerais sobre o Myanmar, leia aqui. ***


​Depois de passarmos por Yangon, Bago, Naypydaw e Inle Lake, chegamos no momento mais esperado da viagem pelo Myanmar: BAGAN!!!! Com certeza você já viu alguma foto da paisagem mais icônica do país: uma imensidão de templos e pagodas que se estendem até onde os olhos podem ver, numa planície árida  e cheia de névoa, que dá um toque surreal à paisagem infestada de balões no nascer e pôr do sol. Isso é Bagan!!!! 

Sem dúvida a foto é linda. Mas pessoalmente a paisagem consegue deixar até as melhores fotos no chinelo! A sensação de estar naquele lugar milenar é muito mais do que qualquer um pode descrever... acabei de ver o programa "Pedro Pelo Mundo" no GNT e a definição dele, após fazer o passeio do balão foi: "não dá para explicar, só estando aqui para entender". Tive a mesma sensação ao pisar em Bagan: é indescritível... 

São cerca de 70 km² de sítio arqueológico com mais de duas mil pagodas datadas dos séculos XI ao XIII. Nosso guia disse que já chegou a existir cerca de 10 mil. Tem gente que compara com Angkor Wat no Camboja, mas não tem nada a ver. Cada lugar tem sua beleza particular, um estilo único e os dois são simplesmente incríveis!!!

Bagan, situada às margens do maior e mais mais importante rio do país, o Ayeyarwaddy, foi a capital do primeiro Império da Birmânia (Pagan) no qual diversos reis se sucederam por dois séculos. Em pouco tempo virou um centro cosmopolita de estudos budistas, atraindo monges e estudantes da Índia, Sri Lanka, bem como dos reinos tailandeses e khmer. Declinou após uma invasão mongol, deixando essa vasta quantidade de monumentos impressionantes!

Injustamente não pôde ser classificada como Patrimônio da Humanidade porque os militares construíram campos de golfe, uma torre de observação de 60 metros de altura e diversos hotéis dentro da zona arqueológica, o que contraria requisitos necessários para a nomeação. Um absurdo sem tamanho. Mas não importa. Isso não muda em nada a maravilha que é esse lugar, seja visto do alto de um balão ou do chão. 

TOME NOTA: tem que pagar uma taxa de 25.000 Kyats (cerca de R$ 70,00) por 5 dias de permanência na "Bagan Archeological Zone". Você pode comprar o ticket na entrada da cidade (tem um posto de compra para quem vem pelas estradas) ou no aeroporto. Parece que quem vem de barco também tem algum lugar específico para comprar. Não precisa mostrar em lugar nenhum, mas dá multa se o fiscal aparecer e você não tiver.
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O QUE VER / VISITAR


Em Bagan tudo gira em torno dos milhares de monumentos e o que tem para fazer é visitá-los, seja à pé, de bicicleta, de carro ou de charrete (infelizmente ainda usam muito por lá...). Como é impossível conhecer todos numa viagem só (afinal são mais de 2mil), é sempre bom conversar com algum local para te ajudar a escolher quais visitar. O nosso guia separou alguns bem turísticos e outros nem tanto, mas que tinham algo de especial, como, por exemplo, algum significado importante para os birmaneses, alguma história interessante ou, ainda, alguns que guardam pinturas originais nas paredes. Mais abaixo, na parte "o que ver e fazer" vou mostrar um por um dos templos que visitamos.

Outra dúvida é: de qual ou de quais monumentos assistir ao pôr do sol, que em Bagan é E-S-P-E-T-A-C-U-L-A-R? O programa de fim de tarde com certeza é esse, pois as cúpulas douradas ficam mais douradas, e as construções de tijolos recebem uma iluminação especial do sol baixo, naquela paisagem magnífica! Só que alguns monumentos ficam tão abarrotados que podem tornar esse momento lindo em puro estresse, porque te obriga a chegar super cedo se quiser pegar um bom lugar. São assim as pagodas Shwesandaw, Shwegugyi Paya, Mimalaung Kyaung e Buledi, por exemplo.

Como nós não estávamos a fim de ficar disputando um lugar ao sol rs, topamos a sugestão do nosso guia de assistir da pagoda Thitserweddy, e foi ótimo, apesar de que, ainda assim, estava meio cheinha e não pegamos um lugar tão bom porque chegamos em cima da hora. Outras pagodas mais tranquilas para ver o pôr do sol são a Shweleiktoo e a Phyathada Paya.

Além de explorar os monumentos, outro passeio que recomendo muito é o passeio de balão mas que só acontece de outubro a março. Para quem for fora dessa época, sugiro subir na Bagan Viewing Tower para ter uma visão bem ampla do sítio arqueológico com os milhares de monumentos, mais ou menos o que você veria do balão. Não dá para ir para Bagan e não admirar essa vista, é um pecado!!

Vou começar falando das pagodas e templos que visitamos (começando pelos menorzinhos), e depois das demais atrações. Então vista roupas frescas (cobrindo joelhos e ombros!), compre muita água e se prepare para conhecer um dos lugares mais incríveis do mundo que, por mero formalismo, não é um dos Patrimônios da Humanidade, mas que com certeza te marca para sempre!!! 
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​TEMPLOS

1. Alo Daw Ryae Pagoda

Essa pagoda do século XI é pequenininha, mas imensa em beleza porque foi a primeira (e uma das únicas) em que vimos pinturas originais nas paredes. Segundo o nosso guia, todas elas continham pinturas originais, mas ninguém cuidou e passaram tinta por cima... é inacreditável mas infelizmente é verdade, então procure ir em pelo menos uma que tenha essas lindas pinturas milenares!

​2. Gubyaukgyi Paya (Wet Kyi Inn) Temple
Nesse templo não pode tirar foto e nem filmar porque lá dentro tem azulejos pintados originais do século XIII, protegidos por painéis. Um alemão chamado Thommann que visitou o templo em 1889, na maior cara de pau, levou vários azulejos e ainda deixou seu nome assinado! Como pode uma coisa dessas????
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Dan e o nosso guia
3. Dhammayangyi Paya
É o maior templo de Bagan construído no século XII, no reinado de Narathu, que guarda uma história trágica: o rei, para conseguir o trono, matou seu pai, sua esposa e seu irmão mais velho. Dizem que ele criou o templo para se livrar dos pecados. Contudo, dois anos após ganhar o trono foi assassinado por invasores indianos e o templo não pôde ser finalizado. Não é possível entrar, apenas ver de fora.
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​4. Htilominlo Temple
Construído no século XIII pelo rei Nantaungmya, tem uma história inusitada e é o último estilo de monumento de Bagan. Esse rei escolheu esse lugar para construir o templo porque foi ali que foi coroado entre cinco irmãos. Diz a lenda que alguém rodava com um guarda-chuva branco na mão e quando parasse, aquele que estivesse em frente, seria o escolhido para subir ao trono. O templo possui 46 metros de altura e 4 imagens de Budas no interior. Podemos ver traços de murais da época e fragmentos de esculturas de gesso originais. Os relevos das portas também são originais.

5. Sulamani Paya
Construída no século XII, essa pagoda fica num lugar mais isolado. Não é a mais alta e nem a maior, mas ela é toda proporcional e uma das mais bonitas de Bagan, feita de tijolos. Por dentro está cheia de desenhos originais, inclusive de alguns Budas reclinados. Com certeza uma das minhas preferidas junto com a Ananda que vem mais para frente!

​6. Thatbyinnyu Paya
Esse é o templo mais alto de Bagan, com 66 metros de altura. Foi construído no século XII e é bem simples por dentro, contendo quatro andares com diversos terraços onde antigamente podia subir e ver a melhor vista, contudo agora não pode mais porque infelizmente um turista caiu recentemente...
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Como tem outros mais bonitos por dentro e não dá mais para subir, nem vale a pena entrar, admire por fora que já está de bom tamanho e siga para algum outro monumento!
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As charretes deixaram a imagem ainda mais típica. Eles ainda usam muita charrete por lá... infelizmente...
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Lindo de perto e de longe!

​7. Gawdawpalin Paya

Construído no século XII pelo rei Narapatisithu e finalizado por seu filho, esse monumento foi muito danificado por um terremoto que aconteceu em 1975 e a Unesco ajudou a restaurar. Não tem nada de especial, a não ser o fato de que é o segundo templo mais alto de Bagan e parece uma versão menor do Templo Thatbyinnyu Paya, o anterior da lista que é o mais alto de todos. Também não é possível subir, então veja por fora e passa pro próximo!
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​8. Shwesandaw Pagoda
Ao contrário dos dois templos anteriores, nessa pagoda não pode entrar, só subir. Construída no século XI, foi a primeira estupa monumental de Bagan. Isso porque foi construída para guardar um fio de cabelo de Buda que o rei Anawrahta ganhou do rei de Bago por tê-lo ajudado a se defender de uma invasão Khmer (império originado no Camboja que dominou grande parte da Ásia no passado).

Aqui é um dos lugares mais famosos para ver o pôr do sol, pois conta com muitos terraços de onde se vê Bagan como naquelas fotos lindas de revista, ou seja, aquela paisagem cheinha de construções pontiagudas, geralmente envolvida por névoa. Na hora do pôr do sol, como tem muita gente, deve ser meio perigoso porque as passagens para ir de um terraço a outro são bem estreitas, sem contar que os degraus das escadas são finos e super íngremes...
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Mas a paisagem de lá de cima é arrebatadora!!! Se não tiver a fim de se espremer para ver o pôr do sol, vá ao menos em outro horário para tirar fotos porque, sem dúvida, é um dos lugares mais fotogênicos de Bagan!
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​9. Thitserweddy Pagoda 
Como estamos falando de pôr do sol, essa é a pagoda que o nosso guia sugeriu para curtir esse momento com mais tranquilidade. A parte ruim é que, para chegar no terraço, você tem que subir as escadarias internas descalço (até aí nenhuma novidade),  mas o problema é que ela é escura e cheia de morcegos!!!!! Dá para ouvir o barulhinho deles, eu quase morri... subi as escadas praticamente de olhos fechados! Mas o esforço vale a pena, eu garanto, a vista lá de cima é recompensadora quando você se depara com a imensidão de monumentos e espaço para circular! E olha que sou mega medrosa!  
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​10. Shwezigon Pagoda
Essa é uma das maiores e mais conhecidas do sítio arqueológico. Datada do século XI, é mais parecida com a famosa pagoda de Yangon do que com as de Bagan. Tem uma grande cúpula dourada rodeada de santuários coloridos. Por dentro tem longas passagens com pares de estátuas de animais brancos que levam ao sul e ao norte do monumento. As escadas externas com tapetes vermelhos levam aos terraços do topo. Conta a história das vidas anteriores de Buda e dizem que há um osso e um dente dele, o que faz com que seja local de veneração dos birmaneses. Mais uma pagoda de cair o queixo!!
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11. Ananda Pagoda

Representando a sabedoria infinita do Buda, esse templo que vem sendo restaurado em parceria com o governo da Índia é do século XII, mede 52 metros de altura e é um dos quatro maiores de Bagan. Construído com 4 projeções, forma uma cruz grega perfeita. Antes ou depois de entrar vale a pena dar uma volta por fora e ver a bela decoração das quatro entradas, com estátuas de leões e de Buda.

No interior existem quatro Budas em pé, cada um voltado para as quatro direções cardeais, leste, oeste, norte e sul. Os que estão nas entradas norte e sul são originais e os demais são substituições dos originais destruídos num incêndio ocorrido no século XVII. Existem, ainda, estátuas de guardas protegendo as imagens. Merecem destaque, também, as imensas e ornamentadas portas que levam à corredores cheios de imagens encravadas nas paredes sendo que algumas ainda possuem pinturas originais que contam cenas da vida de Buda. Eu simplesmente amei esse lugar!


12. Manuhar temple
Esse templo foi construído no século XI pelos reis que trouxeram o budismo para Bagan. É um templo retangular de dois andares onde tem um Buda reclinado enorme que não entendi como coube lá dentro. Tem também 3 Budas enormes sentados que mal cabem na sala onde estão (também não entendo como foi colocado lá, rs).
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13. Lawkananda Pagoda
Essa pagoda fica na beira do rio Ayeyarwaddy e contém a réplica de um dente de Buda (que não vimos, como os tantos fios de cabelo que tem nas pagodas por aí, rs). A paisagem de lá é diferente porque fica de frente para a água, mas não tem nada demais.
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PASSEIO DE BALÃO
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Antes de viajar para ao Myanmar eu quase comprei o passeio pelo site "Balloons over Bagan", mas na correria da mudança da Suíça para o Brasil, acabou ficando para trás e quase não conseguimos lugar na última hora! Um dia antes do passeio nosso guia deu uns telefonemas e conseguiu! Ufa!! Ia ficar doida se fosse até lá e não conseguisse voar...

Então fica a dica de comprar com antecedência. Existem umas cinco empresas que fazem o passeio e todas cobram o mesmo preço. Nós voamos com a Golden Eagle e custou 320 dólares cada um por uma hora de voo (valor de 2016 - achei bem caro, mas é o preço, e não tem negociação). E atenção: os voos acontecem apenas de outubro a março.  

Aí vem a dúvida: nascer ou no pôr do sol? Nosso guia falou que esse passeio é mais legal no amanhecer que no anoitecer, então criamos coragem para acordar super cedo, já que todas as empresas seguem o mesmo esquema: um carro passa no seu hotel às 5:30 hs para te levar até onde o balão levantará voo. Você chega no lugar ainda no escuro e eles armam um café da manhâ enquanto a equipe prepara o balão. É bom levar casaco porque achei bem frio (o hotel me deu um cobertor para levar, me salvou porque eu não levei roupa de frio para essa viagem!).

Enquanto estávamos lá tomando café chegou o piloto: um suíço de St. Gallen (Suíça alemã) e confesso que o fato dele ser suíço me deu um baita alívio, pois com certeza seguiria à risca todas as normas de segurança, hehehehhe! Ele passou todas as instruções, e tanto a decolagem quanto o pouso foram muuuuuuuito tranquilos, sem nenhum tranco. Na nossa cesta tinham doze pessoas e tinham uns dez balões subindo ao mesmo tempo. A subida é feita já na claridade, mas o sol ainda não está ali, ele surge de repente deixando o céu colorido e todo mundo em silêncio olhando aquela paisagem fenomenal, e curtindo aquele momento único que foto nenhuma consegue captar com a intensidade que os nossos olhos vêem.

O balão vai variando na altitude e girando 360 graus para todos verem todos os ângulos. Sobrevoamos as lindas pagodas e templos, mas também algumas plantações de cana e comunidades muito simples. Nunca vou esquecer as criancinhas dando tchau para nós lá de baixo e respondendo para uma irlandesa que estava no nosso balão que já tinham tomado café da manhã. Muito fofas!! Eu devia ter filmado mas eu estava tão embasbacada com tudo o que estava vendo que nem lembrei de filmar. Nem foto eu tirei direito para aproveitar aquele momento surreal ao máximo. Com certeza foi um dos passeios mais lindos da minha vida.

Na descida, eles servem espumante, bolo e dão um certificado. É um passeio bem caro, mas vale cada centavo! Foi demais, foi de arrepiar!!!! Seguem as fotos que não retratam nem um décimo do que é ao vivo (ainda mais as minhas que não estão nada boas... tenho que voltar para tirar melhores heheheh)!!!

NANN MYINT VIEWING TOWER

Se você vai para o Myanmar de abril a setembro quando os balões não voam, ou se não quiser fazer o passeio por qualquer motivo, vale a pena subir nessa torre para ter a vista parecida com a que você teria do balão. Dos 60 metros de altura e 13 andares (sendo os últimos com restaurantes), você tem uma vista panorâmica do sítio arqueológico por um custo de 10 dólares (valor de 2016). Com certeza vale muito a pena! A paisagem é de babar!!!
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FÁBRICA DE LACA

A laca, uma resina extraída da árvore Thitsee encontrada em abundância na Ásia, é um dos principais produtos do Myanmar. Essa resina é diluída na água, posta para secar e, assim que seca, se torna dura e impermeável.

Os birmaneses fazem diversos objetos artesanais com essa matéria prima e eu queria muito comprar um objeto de decoração com um formato específico que tem em todo o Myanmar (que parece a estupa das pagodas). Meu guia disse que os birmaneses usam esse objeto para comer, mas vi em muitos lugares pessoas colocando balas dentro e deixando de enfeite. Acho lindo! Então fomos numa fábrica de laca em Bagan, onde nosso guia assegurou que os objetos realmente são pintados à mão. E foi legal porque vimos todo o processo, que é extremamente trabalhoso. A parte da pintura, então, é minuciosa, uma verdadeira arte!
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O lugar não tinha nome então não sei dizer onde era. Mas pergunte para o seu guia ou mesmo no hotel um lugar confiável para comprar artesanato de laca pintado à mão, pois vi vários estabelecimentos parecidos em Bagan. No Myanmar não tem muito dessas trapaças (pelo menos ainda), então a maioria deve ser honesta.
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FIQUE DE OLHO (ou não) NOS ARREDORES


MOUNT POPA

Localizado a 50 km de Bagan o Mount Popa é um vulcão adormecido a 1.518 metros acima do nível do mar que abriga em seu topo o monastério Taung Kalat. O vulcão surgiu de um abalo sísmico mais ou menos em 442 A.C. e formou uma rocha enorme que os birmaneses passaram a venerar, construindo ali em cima santuários, monastério, altares e templos. O Mount Popa, portanto, virou um local de peregrinação geral, mostrando que os budistas são de fato muito tolerantes e respeitosos com outras religiões. Cercado de crenças e lendas, é visitado por milhares de peregrinos por ano e guarda 37 estátuas de espíritos protetores geralmente com aparência humana, os chamados "Nats".

Como é perto (levamos uma hora de carro a partir de Bagan), o ideal é fazer um day trip. Já perto do vilarejo de onde se sobe “zilhares” de escadas para chegar ao topo, surgem na beira da estrada vários birmaneses ajoelhados pedindo dinheiro e comida. Dizem que antigamente os turistas paravam e davam, mas nosso guia disse que esses pedintes não querem trabalhar então os turistas são orientados a não dar mais nada.

Achei que o Mount Popa é um lugar digamos assim... controverso... e nesse caso, para mim, o título aqui seria: “não fique de olho nos arredores”, rs. Uma amiga minha ficou me dizendo que eu tinha que ir, que era imperdível, que era maravilhoso. Já comentei que não gosto dessas classificações “imperdível”, “obrigatório”, etc, porque cada um tem um gosto né? Esse lugar é um belo exemplo de como as impressões podem ser diferentes.

Eu não curti e nem o Daniel. O que achei mais interessante foram os macacos que são os donos do pedaço. Sério, nunca vi tanto macaco junto. Eles estão por todos os lados e não são nada amigáveis, rs. Vivem roubando comida dos comerciantes e também dos turistas que não podem bobear se estiverem comendo. Eles “catam” mesmo e  são agressivos. Fiquei com medo de alguns...

Subir até o topo não é tarefa fácil, são 777 degraus dos quais os primeiros cento e poucos podemos subir de sapato/chinelo. Depois tem que ir descalço no meio daqueles milhares de macacos que fazem a maior sujeirada no lugar. É imundo, vimos mais de um rato em plena luz do dia e não me senti nada à vontade (experiências pra mim tem limite). Deve ser por isso que surgiram os lavadores de escadas que estão lá aos montes pedindo contribuição para poder continuar limpando. Além dos macacos, tem uma série de lojinhas vendendo bugigangas pela subida.

Chegando no topo foi bem decepcionante. O lugar é um amontoado de construções desgastadas de tudo quanto é tipo, os corredores são super estreitos para circular entre salas com altares cheios de figuras coloridas, que nada dizem se você não tiver lido algo antes de ir (são os tais espíritos chamados "Nats"). O dourado que você vê lá de baixo e que dá a impressão de ter belos monumentos engana direitinho. Não tem nada de bonito, só um monte de estupas desordenadas, às quais você pode doar dinheiro para ajudar na restauração (e aí você ganha uma placa de doador contendo seu nome, nacionalidade, data e valor da doação). O que salva um pouco é a vista para as montanhas, mas também nada que justifique sair de Bagan para ver essa paisagem.

Enfim, eu não fui lá em busca de “religiosidade”, “espiritualidade” e coisas do tipo, eu estava ali por mera curiosidade. Se você está em busca disso acho que vai gostar do Mount Popa porque dizem que é um local cheio de energia. Se não, ou, se tiver medo de macacos melhor não ir!! Fique curtindo mais um pouquinho de Bagan que vale mais a pena!


ONDE COMER

Como já comentei no post de introdução ao Myanmar e nos posts das cidades anteriores, o país não tem uma grande cena gastronômica. Pelo menos nós não curtimos muito a culinária local, e olha que escolhi a dedo os lugares para comer, já que achei que as condições de higiene são bem diferentes das que estamos acostumados.

1. Restaurante Green Elephant  
Esse restaurante é bem recomendado pelos turistas e possui unidades em Yangon e Mandalay também. Essa unidade de New Bagan tem pratos birmaneses, tailandeses e chineses, focando numa culinária mais saudável. Gostamos bastante da comida. No fundo do restaurante há um muro original do século XI.

2. Restaurante do hotel Aye Yar River View Resort 
Esse é o restaurante do hotel que nos hospedamos que fica em Old Bagan. Apesar de eu não recomendar o hotel (mais para frente explico o porquê), gostei do restaurante, tanto é que jantamos lá duas noites. A cozinha é uma fusão da chinesa, birmanesa e tailandesa, o restaurante é aberto para não hóspedes, é super bonito e bem decorado em estilo birmanês. É todo aberto, então leve um casaco.

3. Restaurante Kyaw Kitchen
O lugar fica em New Bagan, é bem despojado e tem uma apresentação mais “gourmet”. A comida era boa, com pratos asiáticos, europeus e até hambúrgueres.

QUANTO TEMPO FICAR/NOSSO ROTEIRO DIA A DIA

Depende do número de templos e pagodas que você quer visitar. Para conhecer os monumentos mais emblemáticos e fazer o passeio de balão, sugiro três noites. Mas para aqueles que vão fotografar em detalhes e querem conhecer muitos monumentos, o céu é o limite, rs...

Nós ficamos três noites e é claro que dá vontade de ficar muito mais porque Bagan é surreal, mas em dois dias inteiros conseguimos ver bastante coisa e saímos satisfeitos. Nós dividimos os pontos visitados da seguinte forma:

Primeiro dia: chegamos em Bagan no fim do dia, assistimos ao pôr do sol do nosso hotel e jantamos por ali mesmo, já que no dia seguinte faríamos o passeio do balão bem cedo.
Segundo dia: acordamos e fomos para o passeio de balão. Depois começou o tour pelas pagodas e templos: Alo Daw Ryae Pagoda, Gubyaukgyi Paya (Wet Kyi Inn) Temple, Shwezigon Pagoda, Htilominlo Temple, Ananda Pagoda. Paramos para almoçar no Green Elephant, depois continuamos para a fábrica de laca e finalmente vimos o pôr do sol na Thitserweddy Pagoda. Jantamos novamente no restaurante do hotel.
Terceiro dia: acordamos e continuamos vendo os monumentos indicados pelo guia que faltaram: Gawdawpalin Paya, Thatbyinnyu Paya, Shwesandaw Pagoda, Sulamani Paya, Dhammayangyi Paya, Manuhar Temple, Lawkananda Pagoda. Depois pegamos a estrada para o Mount Popa. Jantamos no Kyaw Kitchen.
Quarto dia: acordamos e pegamos a estrada para Mandalay.
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Passeio de balão sobre os templos. Maravilhoso!

QUANDO IR

Os melhores meses para turismo vão de setembro a fevereiro, quando as temperaturas estão mais baixas e não chove muito. Em março e abril as temperaturas já sobem bastante e a partir de maio a agosto chove muito, o que pode atrapalhar os planos dos turistas, já que alguns lugares ficam inacessíveis (muitos alagamentos).

Lembro  que o passeio de balão só está disponível de outubro a março, então quem quer garantir o voo tem que ir entre esses meses.

Nós fomos em janeiro e pegamos só dias de sol, com temperaturas em torno de 30 graus. Mas em Bagan esfria bem à noite, então leve algumas peças de frio.

COMO CHEGAR EM BAGAN

No post de introdução ao Myanmar, eu expliquei como chegar no país e como se locomover internamente (clique aqui para ler). Uma vez dentro do país, as opções para chegar em Bagan são as seguintes:

De Avião: Bagan conta com o aeroporto de Nyaung U que fica a uns 10 km de Old Bagan ou New Bagan. Leia aqui várias companhias aéreas que voam dentro do país.
De Barco: é possível só se você estiver vindo de Mandalay. A viagem dura mais ou menos 9 horas e existem três empresas recomendadas: Malikha River Cruises, Shew Keinnery e Myanmar Golden River Group, sendo esta última mais cara e confortável.
De Ônibus: uma amiga recomendou os ônibus da empresa JJ Express, pois são mais confortáveis.
De trem: a estação fica a 5,5 km de Nyaung U e no Myanmar ainda não vende bilhete pela Internet. As condições dos trens não sãos as melhores e atrasam muito.
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Nós viemos de carro do Inle Lake e chegamos após 7 horas de estrada.
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Pelas estradas. Tudo ainda muito rústico

COMO IR DO AEROPORTO AO CENTRO E COMO SE LOCOMOVER EM BAGAN

O aeroporto Nyaung U fica a uns 10 km de Old Bagan ou New Bagan e a melhor opção para ir para o seu hotel é de táxi ou, se tiver contratado um motorista, já pedir para ele ir buscar no aeroporto para não ter dor de cabeça.

Para andar por Bagan é muito comum o aluguel de scooter, bicicleta ou charrete (infelizmente...). Os pontos turísticos são longe uns dos outros para ir à pé, e o sol durante o dia é de matar. Andar de táxi também é sempre uma opção, já que são baratos no país todo, lembrando que é sempre bom negociar o preço antes e de preferência pedir pelo hotel.
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ONDE SE HOSPEDAR

​Você pode ficar em Old Bagan ou em New Bagan. Old Bagan é a cidade antiga, onde estão os hotéis mais caros, a maioria dos templos e de onde os moradores foram removidos compulsoriamente para que as pesquisas arqueológicas não fossem atrapalhadas. New Bagan é o vilarejo para onde os moradores foram remanejados, e conta com grande infraestrutura turística (hotéis mais baratos e muitos restaurantes). Old e New Bagan estão separadas por apenas 4km.

Em Old Bagan há verdadeiros resorts com piscinas, spas e todo conforto para relaxar depois de um dia de peregrinação pelos templos. Praticamente todos os hotéis alugam bicicleta e possuem estacionamento gratuito. Nós ficamos nessa região porque estávamos de carro e por isso não nos preocupamos com localização. Escolhemos o hotel Aye Yar River View Resort e não recomendo, a não ser que você opte pelos quartos mais caros.

Aye Yar River View Resort
Eu já tinha em mente que o padrão dos hotéis do Myanmar, ainda que classificados como cinco estrelas, não era o que a gente espera. No entanto, estava tendo sorte até então, pois os hotéis do Inle Lake e de Naypydaw tinham sido fantásticos (mas também eram de redes internacionais).

Até que chegou esse de Bagan que estragou toda a boa impressão que estávamos tendo até então: lençol com rasgos, tapete do chão do banheiro encardido, tomadas que não funcionavam e por aí vai. Mas o pior de tudo foi ficar sem água! E ainda por cima ouvir a desculpa de que havia um casal de japoneses no nosso bloco que fez a banheira de ofurô, e por isso a água teria acabado! Fiquei indignada e pedi para falar com o gerente, um europeu super arrogante e sarcástico, que me disse que eu não poderia esperar o mesmo nível de hotéis da Europa no Myanmar, e que ficava muito feliz em saber que eu prezava por limpeza quando listei os itens encardidos e rasgados do quarto (foi irônico no último grau!).

Eu respondi que então eles não deviam classificar com quatro estrelas um hotel em que falta água... ainda mais em Bagan onde se vive do turismo, e teoricamente é uma das cidades com a melhor infraestrutura do Myanmar. Para tentar se desculpar, ele nos colocou num dos melhores quartos com vista para o rio Ayeyarwaddy. Tinha vários ambientes, varanda, banheira com vista para o rio e o "escambau". A qualidade das roupas de cama e banho era absurdamente melhor. Parecia outro hotel.

Conclusão: há um abismo de diferenças entre os quartos mais simples e os mais luxuosos, no que diz respeito a itens básicos, como limpeza, apresentação, toalhas, lençóis.

Na minha opinião uma coisa é qualidade e outra é luxo. Os quartos mais simples obviamente não devem ter os mimos que tem os mais caros, mas devem manter uma qualidade razoável, compatível com as estrelas do hotel. É um absurdo ter tudo rasgado e encardido só porque são quartos mais simples e baratos. Ou seja, achei esse hotel um lixo e reclamei no tripadvisor do mesmo jeito. Não estou nem aí se depois eles nos deram um dos melhores quartos. A falta de atenção com a qualidade e a arrogância do gerente não merecem uma avaliação positiva. 

A única coisa que me agradou foram as áreas comuns (muito bem cuidadas) e um bar chamado Sunset Bar que eles montam todos os dias bem de frente para o rio para ver o pôr do sol. Ah, o restaurante também era bom, tanto que é que jantamos lá duas noites, como já disse na parte dos restaurantes.

Se pudesse voltar no tempo, eu escolheria um desses dois:

Aureum Palace Hotel & Resort: na minha opinião esse deve ser o melhor hotel para ficar em Bagan (Old Bagan). Conta com quartos e vilas charmosas, o que é ideal para famílias. Algumas vilas tem piscina privativa e a piscina comum é sensacional, pois é de borda infinita com vista para os templos.

Bagan Lodge: esse hotel é uma boa opção para quem quer ficar em New Bagan. Está muito bem recomendado, tem uma decoração bem bonita e uma piscina linda. 
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Imagem
Pôr do sol a partir do bar do nosso hotel

As milhares de estupas pontiagudas em meio à névoa combinadas com as montanhas ao longe nunca vão sair da minha memória. Com certeza é uma das paisagens mais fascinantes que já vi na vida! É um daqueles lugares que você pensa: não acredito que estou aqui, parece mentira!!! Bagan deixou muita saudade e com certeza está na lista dos lugares para voltar um dia!

Outras cidades que visitamos no Myanmar, e post de introdução ao país:
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Até Mandalay, o próximo destino!

Thaís 😘​
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